O nossa pequena missão começou por ir até ao à Barragem de Cedille passado a fronteira pela ponte da barragem. Deixamos um carro para o resgate e seguimos para Alcântara onde íamos começar a autonomia.

Chegamos à Ponte Romana de Alcântara e depois de algumas volta lá encontramos um bom ponto de entrada na água, cerca de 1km a montante da barragem. Descarregamos o material, organizamos as tralhas e carregamos bem os barcos. Um bocadinho de trabalho e braços para levar tudo até ao rio e começamos o passeio.
No primeiro dia percorremos a o percurso do Tejo ainda completamente Espanhola, onde há muitos bichinhos que parecem não se incomodar muito com a nossa passagem. Nesse percurso a água é ainda bastante transparente, o rio é estreito e com pequenas falésias como margens. Ao longo do percurso passamos por uma zona com muitas Grifos, Águias e Abutres, e uma outra onde íamos vendo Corsos.
No dia seguinte acordamos cedo, lavamos todo o material e tomamos um bom pequeno almoço. Antes de partirmos para a jornada do segundo dia resgatamos umas cervejolas que ficaram a "de molho" no rio e aproveitamos que ainda estavam fresquitas para servirem de sobremesa.
Carregamos novamente os kayaks, desta vez com uma organização francamente melhor e seguimos para a água. Depois de alguns minutos a remar chegamos à fronteira entre Portugal e Espanha, junto à foz do Rio Erges. Subimos um pouco o Erges que tem características semelhantes ao percurso da véspera, com a vantagem de ser mais estreito.
Voltamos ao Tejo e prosseguimos a descida. As margens mantinham-se muito interessantes, com vegetação abundante e muita variedade animal mas a água começou a piorar. Apesar de ser relativamente transparente, a poluição da água faz com que se desenvolvam muitas pequenas algas que se acumulam junto da superfície e empobrecem o rio. O rio tem muitos pequenos afluentes, secos nesta altura do ano, que formam algumas quedas diretamente para o plano de água do Tejo.

No terceiro dia acordamos novamente cedo e repetimos o processo matinal do pequeno almoço, arrumação, jola fresquinha antes de continuarmos o percurso. No percurso de terceiro dia o rio torna-se mais largo e chega a uma zona onde começam a haver muitos indícios de civilização. O rio estava cheio de armadilhas para lagostins: um bocado triste perceber que comemos bichinhos apetitosos com origem naquelas águas pouco apetecíveis. Ao longo do percurso vamos passando por várias casas nas margens, dedicadas a olivais e a pesca.
Regressamos até aos kayaks, carregamos tudo e voltamos para casa com o percalço de termos a fronteira da barragem fechada e termos de ir dar a volta a Valência de Alcântara. A volta extra foi compensada por uma bela galinha tostada no forno num restaurante da Portagem.
(+ fotos)
A quem quiser fazer este percurso recomendo o final da primavera, na expectativa da água estar mais limpa, e no sentido contrário se o vento se mantiver. Uma descida apenas da parte espanhola de subida do Erges pode ser uma boa alternativa.